sábado, 28 de março de 2015

D. José de Arlegui y Leoz

O percurso do Comandante e ex. Governador das Ilhas Marianas até à Igreja de N.ª Sr.ª das Vitórias em Vila do Porto



D. José Arlegui e Leoz foi Capitão do Regimento de Cavalaria de Espanha, Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzón (Filipinas) e foi Governador das Ilhas Marianas, (1786-1794), na Ilha de Guam (Hagatña). Nasceu a 5/9/ de 1740 em Pueyo, Navarra, descendente de uma família nobre do então Reino de Navarra, donos da casa Arlegui, do lugar do mesmo nome, chamada casa Jaimetena ou Jaimetenecoa, com brasão de Armas (*) atribuido, foi o filho mais novo dos cinco filhos de Juan Antonio de Arlegui y Leoz* 28/12/1702, natural de Pueyo, que casou em Pueyo a 16/11/1722 com Cathalina de Leoz, também natural de Pueyo, cujos filhos foram: (1). 

Juan Pascual de Arlegui y Leoz * 1723. Litigou como descendente da casa Jaimetena em 1775,

Maria Angela de Arlegui y Leoz * 1727, 23/02/1727, Pueyo, casou em Santa Maria, Pueyo, a 30 de Junho de 1750 com Yldefonso De Ximenez

Juan Miguel de Arlegui y Leoz * 1731, 05/02/1731, Pueyo, 

Graciana (Graciosa) de Arlegui y Leoz * , 17/03/1733, Pueyo, (casou a 17 de Abril de 1758 em Santa Maria, Pueyo, con Juachin De Arbe de Gallipienzo, onde passaram a residir e em cuja casa ostentam um escudo de piedra correspondente às armas de Arbe-Arlegui. 
Joseph de Arlegui y Leoz * 1740, 05/09/1740, Pueyo. 


     D. José Arlegui e Leoz começou a sua carreira militar na Europa, em 1760 como Cadete do Regimento de Cavalaria de Estremadura ou Espanha. Em Agosto de 1762, como Cadete, tomou parte no cerco e tomada de Almeida durante a Guerra dos Sete Anos, conforme consta na sua folha militar (2). A Vila de Almeida foi capturada aos Portugueses, pelas forças invasoras Espanholas a 25 de Agosto de 1762 por uma força comandada pelo Conde de Aranda.(3). Foi Porta-Estendarte, desde 1 de Dezembro de 1763, a 13 Julho 1764 foi promovido a Tenente do Regimento de Dragões de Espanha para ir à América e sucessivamente a Ajudante Maior do mesmo Regimento de Dragões de Espanha, depois Capitão desde 26 de Dezembro de 1769 (2). Na condição de Capitão, foi com uma Companhia para as Filipinas para formar o Esquadrão de Dragões de Luzón, cujo comando lhe foi conferido a 1 de Agosto de 1774.   

   O Esqudrão de Dragões de Luzón ( Filipinas) foi criado em 1772, era composto inicialmente por três Companhias com um total de 116 praças (4). Um documento do Arquivo Geral das Indias, de Manila, datado de 28 de Dezembro de 1773 , contém o um desenho do projecto da construção do quartel então destinado a alojar o Esquadrão de Dragões de Luzón. (5).
(*) (” Traen en campo de plata, las cadenas de Navarra en eslabones de oro cercado por una bordura de gules con ocho aspas de oro “).

(1)  Vicente Etayo.
        
                                          
     Documentos identificados nos Aquivos Notariais da Universidade Veracruzana, referenciam a presença de Don José Arlegui y Leoz em Jalapa (Xalapa), Mexico entre os anos de 1770 a 1773. (6,7,8). A viagem de Don José Arlegui y Leoz referida no documento de Agosto de 1773 com destino a Manila, terá sido a viagem que o conduziu às Filipinas para formar o Esquadrão de Dragões de Luzón, cujo comando lhe foi conferido em 1 de Agosto de 1774. 

 (31 de Julho 1770) - « Don José Arlegui y Leoz, Teniente del Regimiento de Dragones de España y encargado de las funciones de Ayudante de las 4 Compañías acuarteladas en el pueblo de Jalapa, otorga poder especial a don Antonio Leoz, residente en la Corte de Madrid, para que solicite se le hagan las gracias y mercedes,que Su Majestad se sirva otorgarle.» (6). 

(22 de Junho 1771) - « Don Antonio de Sequeda, natural de la ciudad de Ronda, barrio del Mercadillo, en los Reinos de Andalucía y residente en este pueblo de Jalapa, donde es soldado Dragón de la Compañía de don Luis de Ullate del Regimiento de España, hijo legítimo de don Andrés de Sequeda y de la viuda doña Catarina de la Mota, otorga su testamento donde ordena se le den 100 pesos en reales al Venerable Padre Fray Andrés Granados, también se le den 100 pesos a su hermana Juana Gómez, vecina de la ciudad de Ronda, y a su hermano Andrés de Sequeda otros 100 pesos, nombra como albaceas a don José Arlegui, ayudante mayor de su Regimiento de Dragones residente en este pueblo, y a don Manuel Antonio de Arcos. Declara tiene entre sus bienes como 3 o 4, 000 pesos en efectos de fierro, aguardiente, vino, aceite, sedas, herraje mular y caballar y la herramienta de su oficio que paran en poder de don Manuel Antonio de Arcos ».(7). 

(23 de Agosto de 1773) - « Don Antonio Sáenz de Santa María, vecino de este pueblo de Jalapa, otorga poder especial a don José Arlegui y Leoz, Capitán de Dragones con destino en Manila, para que cobre judicial o extrajudicialmente a don Lorenzo López, quien fue vecino de la ciudad de Toluca y ahora lo es de la Ciudad de Manila, la cantidad de 2, 000 pesos que el otorgante como su fiador pagó con los réditos vencidos al Convento de Religiosas de Nuestra Señora de la Encarnación de México, por concepto de una escritura de depósito irregular ».(8).  

(6) Archivos Notariales de la Universidad Veracruzana:Fecha 1770-07-31,nº.42, fl. 354vta.-355vta,Clave del acta: 27_1769_14412,Lugar del acta:JALAPA. 
(7) Archivos Notariales de la Universidad Veracruzana - Fecha: 1771-06-22, nº.43, fl. 95vta.- 98vta, Clave del acta: 27_1771_9024, Lugar del acta: JALAPA. 
(8) Archivos Notariales de la Universidad Veracruzana - Fecha: 1773-08-23, nº. 44, fl. 61-62vta, Clave del acta: 27_1773_9798, Lugar del acta: JALAPA. 

     O quase permanente estado de guerra em que se mantinha a Espanha obrigava os Governadores das Filipinas a estarem constantemente de alerta e a se esforçarem para ter no seu melhor os recursos defensivos de que dispunham. 

    A estreita relação política entre a Espanha e a França, resultante dos Pactos de Família entre os ramos Espanhol e Francês dos Bourbons e a falta de outros aliados tornavam-nos vulneráveis às ambições expansionistas da Inglaterra , pelo que era necessário tomar as precauções devidas para a defesa das províncias do Ultramar e das Ilhas Filipinas, dada a proximidade das bases Inglesas da India. 

     Em Maio de 1779, a Espanha declarou guerra à Grã Bretanha e no mesmo mês foi expedida uma Ordem Real ao Governador das Filipinas, dando-lhe a notícia e encarregando-o de tomar as medidas necessárias para a sua defesa. Rafael María de Aguilar, nomeado Governador e Capitão Geral das Filipinas em 2 de Setembro de 1793, escreveu que quando chegou às Filipinas o maior disilusão que tivera fora ver a diminuta guarnição da Praça de Manila e de Cavite. (9). 

     A 15 de Julho de 1780,  Don José Arlegui y Leoz foi nomeado por comissão reservada do Capitão Geral das Filipinas comandante do campo militar da parte Meridional do Rio Pasig e de Malate para opor-se ao desembarque dos inimigos em caso de ataque. (10). 

     A 29 de Dezembro de 1780 é outorgado a Don José Arlegui y Leoz o título de Comandante em propriedade do Esquadrão de Dragões de Luzon, com o grau de Tenente Coronel de Dragões por documento assinado pelo próprio Rei Carlos III em atenção aos seus méritos e serviços, ordenando ao Governador e Capitão Geral das Filipinas para que faça a respectiva divulgação e proceda ao registo na Contadoria Principal da Fazenda Real (11) 

("DON CARLOS por la gracia de Dios Rey de Castilla, de Aragon, de las Dos Sicilias, de Jerusalen, de Navarra..."(etc etc)"...en atencion a los meritos y servicios de vos Don Josef Arlegui Capitan Comandante en propiedad del esquadron de Dragones de Luzon, he venido en conceder o grado de Teniente Coronel de Dragones...." y el Rey manda al Gobernador y Capitan General de las Islas Filipinas que de la orden conveniente...Fechado en Madrid a 29 de diciembre de 1780.) (11) 


     Casou em 1783 com Maria Josefa de Iriarte (Zamudio) , conforme consta no expediente escrito nas Ilhas Marianas a 9 de Maio de 1789, em que Don José Arlegui y Leoz solicita ao Rei, o Grau de Coronel de Dragões.(12), e conforme consta também do testemunho do processo de execução do testamento da sua falecida esposa, do qual é primeiro executor, e de quem ficou viúvo no ano de 1800.(13). 

     «… y por outra parte considerandose impossibilitado de regressar à Europa, por haverse casado el año de ochenta y três com hija de un Teniente Coronel ….» «… Islas Marianas 9 de Maio de 1789. (Transcrição do manuscrito)(T2). 




      A 14 de Julho de 1786  D. José de Arlegui e Leoz embarcou para assumir o cargo de Governador das Ilhas Marianas, de que tomou posse a 21 de Agosto de 1786. Deixou o cargo, que exerceu durante oito anos, a 2 de Setembro de 1794, embarcando a 20 de Novembro onde chegou à capital, Manila, a 12 de Dezembro 1794, para reassumir o cargo de Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzon, conforme teor de petição dirigida pelo próprio ao Governador Geral das Filipinas, para regularização de soldos. (14). 

(«…Muy Ilustre Senõr – El Coronel Don Jose Arlegui y Leoz, Comandante del Esquadron de Dragones de Luzon, ante Vseñoria en la mas bastante forma me presento y digo – Que el catorze de Julio de mil setecientos ochenta y seis, me embarque para pasar de Governador a las Islas Marianas: tome Posecion el veinte y uno de Agosto. Dexe de servirle el dos de Septiembre de noventa y quatro. Me embarque el veinte de Noviembre e ileguè à esta Capital el doce de Diziembre, y me incorporè à exercer el actual empleo; y por quanto desde oho mi embarque hasta la toma de Posecion, y desde que deje de servir el Govierno, hasta mi incorporocion en el Esquadron, no se me ha abonado ningun sueldo ( haviendo sufrido los descuentos de Monte Pio) ocurro à la superioridad de Vseñoria para que se sirva mandar, que oficiales Reales me liquidem, y abonem las cantidades que tengo devenguadas, con arreglo a la Real orden de diez y seis de Abril de mil setecientos noventa y dos, pues en su observancias se le aeredito a mi sucessor el theniente Coronel don Manuel Muro el sueldo de Governador, desde que se embarco en Espanã. Por tanto – Suplico á Vseñoria se sirva mandar segun llevo pedido, en que recibire gracia de la justificacion.... – Joseph de Arlegui y Leoz ...»).

      
      A ilha de Guam, a maior e a localizada mais a sul do Arquipélago das Marianas, tinha nos finais do século XVIII uma população de cerca de 2,000 habitantes. A população Chamorra estava em fase de recuperação depois de muitos anos de reveses de doença e guerra. A guerra entre Espanhóis e Chamorros nos finais do século XVII acabou com toda a resistência contra a Coroa Espanhola, mas as doenças trazidas pelos Ocidentais: difteria, varíola e gripe tiveram um efeito devastador entre a população.Um censo conduzido pelos Espanhóis em 1786, reportou a existência de apenas 1.318 indigenas Chamorros. As condições acabaram por melhorar lentamente, com efeitos mais notórios, sob o mandato do Governador Espanhol Joseph Arlegui e Leoz, que exerceu o cargo durante oito anos ( 1786-1794 ). As alterações políticas levadas a cabo por Arlegui culminaram com a criação dos primeiros governos indígenas ao nível das localidades. Os espanhóis também quiseram melhorar as relações com as vizinhas ilhas da Micronésia.Os historiadores relatam que em 1787 foram reatadas as viagens de comércio entre as Ilhas Carolinas e Guam. (15).


(15)   Guampedia


       Em 1787  Jose Arlegui y Léoz, Governador das Ilhas Marianas, em Guam escreveu ao Governador das Filipinas reportando que nesse ano um grupo de Carolinos tinha conseguido viajar até Guam. É o primeiro relato escrito de uma viagem de sucesso através da antiga rota de Metawal Wool ( Levesque 2000 Vol. 16, pág.259-283). Duas canoas Carolinas lideradas pelo navegador e chefe Luito chegaram de Lamotrek a Guam em boa condição física depois de terem gasto seis dias na travessia (Levesque Vol.16, pág.261) velejando cerca de 400 milhas em mar aberto. Foram tratados com extrema simpatia pelo Governador. Arlegui, escreveu de Guam uma carta aos seus superiores em 1789 explicando a ocorrência (Levesque Vol.16, pág.405). 

      «...Fiz o meu melhor para convencer alguns dos viajantes de 1787 para permanecerem aqui com o propósito de aprendermos a sua linguagem e de eles aprenderem o espanhol para que pudéssemos compreender-nos melhor uns aos outros e ver se aceitariam a nossa Religião, mas isso não aconteceu,apesar do facto de terem como exemplo dois dos seus camponeses que em 1787 foram trazidos da Ilha de Saipan, para onde tinham navegado e foram conduzidos até aqui. Eles estão na minha casa e já são Cristãos...».(16).


        A 1 de Maio de 1789, num expediente (17) em que descreve o seu percurso militar e outros serviços prestados, D.José de Arlegui e Leoz, solicita ao Rei a concessão do Grau de Coronel de Dragões, cargo que lhe foi concedido com efeitos a 28 de Maio de 1791. (17a)

  «...Don José Arlegui e Leoz, Teniente Coronel graduado, Comandante del Esquadron de Dragones de Luzón que guarnece la Plaza de Manila, y actual Governador delas Islas Marianas: A los Reales Pies de V.M. con el mayor rendimiento expone: Và a cumplir treinta años que tiene la onra de servir en los Reales exercitos, distribuidos en esta forma. Empezò su carrera en Europa en mil setecientos sesenta de Cadete en el Regimiento de Cavalleria de Estremadura, oy España, en que ascendiò à Porta Estandarte, haviendose hallado en la Guerra de Portugal, sitio y toma de Almeyda: En el sesenta y quatro fuè nombrado Teniente para benir à la America, y sucessivamente promovido à Ayudante Mayor en el Regimiento de Dragones de España:En el de setenta y dos pasó a Capitan con una compañia à Filipinas à la formacion del Esquadron de Dragones de Luzón cuyo mando sele declarò en mil setecientos setenta y quatro, y en mil setecientos y ochenta obtubo la confirmacion de V.M. con el grado de Teniente Coronel, el que hà exercido hasta el de ochenta y seis, que en virtud de Rl. Orden ( com retencion de su Empleo ) fui nombrado Governador interino de estas referidas Marianas, aviendo merecido de V.M. la confirmacion por el tiempo su Rl. Voluntad, en Rl. Titulo de vinte y uno de Julio de mil setecientos ochenta y siete. Com el deseo de ser útil, y adelantar en la carrera, hà abrazado com gusto vários destinos aunque distantes, que se le hàn proporcionado hà exercido en ella com aprovacion, los encargos que mas acreditam la conducta de un oficial. En los preparativos que se hicieron en Filipinas en la ultima Guerra estubo à su cargo el mando, disciplina è Instruccion de três Esquadrones de Tropas Provinciales de Cavalleria, que se formaron; y por Comision reservada del Capitan general de quince de Julio de mil setecientos ochenta, fui nombrado Comandante del Campo volante de la parte Meridional del Rio Pasig y Vateria de Malate para oponerse al desembarco delos enemigos, en caso de ataque; y aunque esto no acredita hechos de un mérito real, son antecedentes ciertos de su aplicacion alos buenos deseos que sempre le hàn assistido, y manifestando se sacrificarse en el Rl. Servicio, y conuçoto devido àlos Gefes, à cuyas ordenes hà estado. En esta atencion hallandose destituydo de esperanzas para obtener mayor Empleo en su carrera ( como era de esperar) por falta de proporcion, à causa de no haver Regimiento que se la facilite; y por outra parte considerandose impossibilitado de regressar à Europa, por haverse casado el año de ochenta y três com hija de un Teniente Coronel animado delas gracias que V.M. dispensa à los que com el celo amor, y decoro devido le viven, aunque distantes. Suplica à V.M. le conceda el Grado de Coronel de Dragones para que esta nueva honrra le anime mas, y mas à sacrificarse en el Rl. Servicio e delax à sus hijos este estimulo dela piedad de V.M., que les anime igualmente à estar dispuesto à seguir sus pasos: Gracia que espera merecer dela piedad de V.M. Islas Marianas primero de Mayo de mil setecientos ochenta y nueve. Senõr: Alos R.s Píes de V.M. Joseph Arlegui y Leòz.». 


      A 28 de Maio de 1790, numa petição dirigida ao Rei, D. José Arlegui y Leóz, ao momento Governador das Ilhas Marianas, pedia que não fosse nomeado seu sucessor quando tivessem decorrido os três anos da sua nomeação (18), quatro anos depois, a 2 de Setembro de 1794, chegou a Hagatña o Tenente Coronel Manuel Muro, que após ter recebido a 10 de Outubro de 1792 a nomeação como próximo Governador das Ilhas Marianas, saiu de Estella, Navarra, passando pelo Cabo da Boa Esperança para render o Tenente Coronel Jose Arlegui e Leoz, que era Governador desde 1786. (19). 


        «.Exmo. Señor: Por Real Decreto de siete de Junio de mil setecientos ochenta y siete se servió S.M. concederme la Gracia de confirmar en el Empleo de Governador de estas Islas Marianas por el tiempo de su Real Voluntad, en que me hallava provisto interinamente, y à su consequencia se expedió el correspondiente Real Titulo con lha de vinte y uno de Julio del mismo: Le recevi à primero de Junio de ochenta e ocho en la Nao S.Josè de buelta de Acapulco, y en la misma lo diriji à Manila para su pase y cumplimiento; pero à un no lo hè buelto à recevir, à causa de que el año anterior no entrò barco y recelo suceda lo mismo en el corriente, porque el diez y seis de este mès pasò uno que le tubimos por el de Filipinas. De que me parece informar à V.E. para que enterado de estos involuntarios accidentes, se sirva su justificada equidad tenerlos en consideracion, à fin de evitarse me nombre sucesor tan proximamente respecto à que à un no he empezado à usar dha Gracia que tres años hà me hizo S.M. no obstante de averme encontrado sirviendo en el destino. Espero la honrra de este favor dela benignidad de V.E. Nuestro Señor guarde à V.E. muchos años como deseo. Islas Marianas 28 de Mayo de 1790.» ( Transcrição do manuscrito ). 


       Num informe entregue em Manila de 7 de Julho de 1795 (20), Don José Arlegui y Leoz, que tinha terminado o seu período de Governador das Ilhas Marianas (21 Ago 1786 - 2 Set 1794), confirmava que os ministros da igreja e missionários das ilhas não exigiam direitos de pagamento por casamentos e enterros em virtude da pobreza dos seus naturais, excepto em Agatña, em que cobravam aos espanhóis, mestiços destes e aos filipinos nela estabelecidos. Por isso as Igrejas ficavam sem fundos para fazer a sua conservação e para atender aos gastos de vinho e azeite. Com estas palavras expressou-se o recém promovido Coronel de Dragões, Don José Arlegui (21) sobre a extrema pobreza das Marianas (22a, 22b). A igreja de Agatña, tinha sido reparada graças às esmolas dos espanhóis, mestiços e filipinos da capital , em particular os 100 pesos oferecidos pelo próprio Arlegui. (22).


(21)   Driver,The Spanish Governors of the Mariana Islands, p.51. 
     Num expediente de 1795, Don Jose Arlegui e Leóz, então, já Ex. Governador das Ilhas Marianas, e na condição de Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzón solicitou aos Oficiais Reais que lhe abonassem os Soldos em divida,conforme o disposto na Ordem Real de 16 de Abril de 1792, correspondentes ao período decorrido entre o dia do seu embarque paraas Ilhas Marianas e o dia em que deixou de servir no Governo das referidas Ilhas (23): 


   («... Muy Ilustre Senõr – El Coronel Don Jose Arlegui y Leoz, Comandante del Esquadron de Dragones de Luzon, ante V. señoria en la mas bastante forma me presento y digo – Que el catorze de Julio de mil setecientos ochenta y seis, me embarque para pasar de Governador a las Islas Marianas: tome Posecion el veinte y uno de Agosto. Dexe de servirle el dos de Septiembre de noventa y quatro. Me embarque el veinte de Noviembre e ileguè à esta Capital el doce de Diziembre, y me incorporè à exercer el actual empleo; y por quanto desde oho mi embarque hasta la toma de Posecion, y desde que deje de servir el Govierno, hasta mi incorporocion en el Esquadron, no se me ha abonado ningun sueldo ( haviendo sufrido los descuentos de Monte Pio) ocurro à la superioridad de Vseñoria para que se sirva mandar, que oficiales Reales me liquidem, y abonem las cantidades que tengo devenguadas, con arreglo a la Real orden de diez y seis de Abril de mil setecientos noventa y dos, pues en su observancias se le aeredito a mi sucessor el theniente Coronel don Manuel Muro el sueldo de Governador, desde que se embarco en Espanã. Por tanto – Suplico á Vseñoria se sirva mandar segun llevo pedido, en que recibire gracia de la justificacion.... – Joseph de Arlegui y Leoz ...») ( Transcrição do manuscrito ). 



     Ida da Esquadra Espanhola para as Filipinas, sob o comando de Don Ignacio Maria de Alava y Sáenz Ante a previsível declaração de guerra à Grã Bretanha e com a missão de levantar cartas hidrográficas e proteger o comércio espanhol na Asia, a 29 de Novembro de 1795 saíram de Cádiz os navios: San Pedro Apóstol, Montañes e Europa, e as fragatas Fama e Pilar, sob o comando do Chefe de Esquadra Don Ignacio Maria de Alava y Sáenz. A esquadra chegou ao porto de Egmont ( Malvinas) a 26 de Janeiro de 1796, onde fez uma paragem de sete dias e se preparou para resistir à dureza da passagem pelo Cabo Horn. Chegou ao porto de Concepción ( Chile) a 4 de Março. A 3 de Maio chegaram ao porto de Callao, Lima, onde permaneceram, preparando-se para a travessia até Manila. A 7 de Outubro de 1796 a esquadra partiu de Callao, com destino a Manila (Filipinas) e a 25 de Dezembro de 1796, chegaram à Baía de Manila os três navíos e a fragata «Fama», já que a fragata Pilar se tinha separado da esquadra por ter sido enviada em missão ao porto de São Jacinto para recrutar entre as populações.(24).



      Em Janeiro de 1796 o Governador (Rafael María de Aguilar) dá conta das acções até então tomadas para defesa: tratou de disciplinar as tropas; Incorporou no exército as Companias de Granadeiros e Caçadores do Regimento de Milícias de Bulacan e Pampanga, as de artilharia provinciais desta, e os batalhões de Cagayán e La Laguna assim como o Regimento completo de Camarines, de Pangasinan e Tondo. A cavalaria foi reforçada com as Companhias de Mariquina, Pasig e Tambobo, uma nova de caçadores a cavalo e as Companhias de Flecheiros de Bataan e Zambales. Com estas tropas, mais o Regimento do Rei, fixo em Manila, cujas praças completou, e o escuadrão de Dragões aumentado a sessenta homens por Companhia, procurou o Governador organizar o melhor possível o reduzido exército de que dispunha, cujos efectivos eram no momento os seguintes: Guarnicão de Manila: 8.000 soldados de infantaria, 700 artilheiros, 100 obreiros, 300 carregadores ou moços de esquina voluntários, divididos en duas companhias, e 400 soldados de cavalaria incluindo o esquadrão de Dragões de Luzón, aumentado para 180 praças. Guarnição de Cavite: Constava de 1.300 hombres no total, e era formada pela Companhia de Malabares, com um destacamento fixo de Manila, e outro de artilharia, mais uma companhia miliciana de Cavalaria formada por 50 homens. (25). 


      Em Julho 1796, o Governador dá conta do aumento de novas unidades e da criação de outras integrando uma força total de guarnição de Manila de cerca de 14.500 homens.(26). 

(26)  Gobernador Filipinas sobre preparativos de defensa, AGI: Estado,46,N.22 – (1796-7-23).


     A 19 de Março de 1797 chegou a Manila o bergantim “Activo” procedente de San Blas, despachado a 13 de Janeiro de 1797 pelo Marquês de Branciforte ( Vice-Rei de Nova Espanha) para levar a notícia da declaração de guerra à Grã-Bretanha. (27).



      O chefe de esquadra Don Ignacio Maria de Alava mandou preparar os barcos e partiu a 19 de Abril, deixando em Cavite o navio Europa e a fragata Pilar. Pensava o comandante prender o comboio Inglês que devia de sair da China para Londres. Mandou à frente o bergantim Activo para tentar descobrir a frota inimiga. A 22 de Abril ocorreu uma violenta tempestade que destroçou a esquadra espanhola.Todos os barcos ficaram maltratados; o navio São Pedro em que viajava o chefe da esquadra até perdeu o leme.Como era imposivel reparar tão graves danos em tempo oportuno os navios foram recolhidos no saco do Porto de Cavite.(28).



      Em Abril de 1797 o Governador das Filipinas Don Rafael Maria Aguilar dá conta de ter decidido armar mais três companhias de Milicias de Cavalaria e quatrocentos guardas veteranos de Cavalaria da Renda do Tabaco, tendo reunido 1.200 homens de Cavalaria, que colocou todos sob as ordens do Coronel Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzón, Don José Arlegui y (Leóz), agregou-lhe um corpo de qutrocentos homens entre Caçadores e tropa ligera, sessenta archeiros e doze canhões de campanha, com o qual se formou uma Legião, que em tudo seria superior às forças de um inimigo que não podia combiná-las, nem trazê-las da mesma espécie.(29).



      A 23 de maio de 1797, fundeou em Manila a fragata dinamarquesa Federik Nagor, encarregue pelo Governador das Filipinas de vigiar os movimentos dos ingleses, que procedente de Bengala, trouxe notícias alarmantes sobre os preparativos que decorriam em Madrás (30) da esquadra do almirante Raynier, reforçada com alguns barcos apresados ao almirante Lucas em Bahía Saldaña. Também tinham sido requisitados barcos da Companhia inglesa da India Oriental, para os utilizar no transportes de tropas, munições de boca e guerra. Segundo a informação, estariam a preparar-se para transportar cerca de quinze mil homens, dos quais, quatro mil Europeus e os restantes, Cipayos.As notícias obtidas indicavam que o objectivo da expedição da eaquadra inglesa era encontrar a esquadra espanhola , destruí-la, ou apresá-la no todo ou em parte, sitiar Manila e atacá-la. Segundo a informação fornecida pela tripulação da fragata dinamarquesa, a esquadra de Raynier era composta pelos seguintes navios: (31).

      Esquadra Inglesa

Navios
Canhões
Comando
Suffolk
74
Almirante Regnier
Victorioso
74
Capitan Clark
Arrogante
74
Lucas
Dordrecht
64
Regnier
Trident
64
Osborne
Centurion
54
Osborne
Jupiter
50
Losack
The Sibelle
44
Cook
Fox
40
Malcolm
Heroine
40
Murray
Siryt
40

Orphem
36
Sage
Caruford
32
Hills
Suryt
16
Adam




Também os de Transporte:
Navios
Canhões
Comando
Bellona
18
Cap. Bartholomey
Echo
16
Livingstone
Nouruch
24
Thomas
Nota: Este último para cruzar o estreito de Malaca





Nas Molucas
Fragatas
Canhões
Comando
Resistance
44
Cap. Pekenham
Bombay
40

Amboyna
16



Esquadra Inglesa no Cabo da Boa Esperança:
Navios
Canhões
Comando
Cremendour
74
Almirante Pringle
Starchy
64
Capitan Campbell
Ruoy
64
Waller
Sceptor
64
T Alexander
Prince Frederik
60
E. Ramage
Tromp
54
T Turner
Brave
40
A Tod
Saldanah
40
W Durban
Crescent
36
Spranger
Daphne
24
T. Brisbane
Vindictive
24
D.O. Guyon




Também os de Transporte:
Navios
Canhões
Comando
Sphinx
20
Coffin
Princess
20
Kempe
 


Estas eram as poderosas forças navais que ameaçavam as praças de Manila e Cavite, a indefesa esquadra de Alava e que o Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzón, Don José Arlegui y Leóz eos seus homens se preparavam para enfentrar.O ataque a Manila acabou por ocorrer a 10 de Janeiro de 1798.



      Nos finais de 1798 , eram evidentes as preocupações em relação ao estado de saúde de Don José Arlegui y Leóz, conforme alguns testemunhos contidos em diversos expedientes do próprio Capitão Geral das Filipinas, D. Rafael Maria de Aguilar, datados de 11 de Setembro de 1798, referentes ao estado das tropas das Praças das Filipinas (32)

( «...devendo manifestar a V.Exª. que o Comandante do Esquadrão de Dragões, Don José Arlegui, excelente oficial, atacado de indisposições e males tão acerbos como incuráveis, fala-se neste momento em que escrevo, nos últimos momentos da sua vida ...») (Transcriçãodo manuscrito). 

(«... El unico Esquadron Veterano, que aqui existe, ès el de Dragones de Luzon, y consta de tres Compañias: Su comandante acaba de inutilisarse en terminos de pedir su retiro á la Peninsula, por verdaderamente incapáz de hacer toda suerte de servicio...»). (33) 





    Também a 11 de Setembro de 1798, outro expediente D. Rafael Maria de Aguilar, Capitão Geral das Filipinas, dava conta de uma petição apresentada por D. José Arlegui e Leóz pedindo para se retirar em Manila ou em Sevilha, para se restabelecer de saúde, ao mesmo tempo solicitando ao Rei que lhe concedesse a graça da sua promoção ao Grau de Brigadeiro e em petição da mesma data, solicita também que seja concedido aos seus filhos Don José Maria e Don Joaquin a graça de Capitães, com soldo correspondente e com agregação na Europa ao Regimento de Cavalaria ou de Dragões, conforme fosse do Real agrado, em consideração aos seus méritos e ao serviço que ofereceu de introduzir na Tesouraria Geral cerca de dez mil pesos. (34,35).


   («... Exmõ. Sõr., El Coronel Don José Arlegui, Comandante de este Esquadron de Dragones de Luzon me há presentado la instancia adjunta que dirijo à V.E. en solicitude de que S.M. le conceda su retiro en esta Plaza, ó en la de Sevilla à donde se trasladará, si restablece su salud. El constante amor, y zelo, con que este oficial há desempeñado completamente las obligaciones de su empleo, su exactitud, y la prudencia con que hà savido reunir las calidades de buon Jefe són circumtancias que le recomiendan sobremanera, y assi me constityen en la obligacion de ( ??? ) à V.E. para que por su medio obtenga de sa Rl. Piedad con el ( ??? ) à que aspira el grado de Brigadier. El arduo trabajo con que este oficial permanecio en la moncon proxîma para en el campamento que fiés à su mando, y se estblecio à la parte del Sur de esta Plaza contribuyó no poco à la perdida de su salud; y sin embargo de su grán decadencia, no abandona nínguna de sus atenciones, haviendose por lo tanto mas digno, y recomendable. Dios Guarde à V.E. , Manila 11 de Septiembre de 1798. Exmo. Sor Rafael Maria Aguilar. Exmo S.or Don Juan Manuel Alvares .»). ( Transcrição do manuscrito ). 

(...« En el memorial adjunto solicita el Coronel Don José Arlegui, Comandante de este Esquadron de Dragones que S.M. conceda à sus hijos Don José Maria e Don Joaquin la gracia de Capitanes en la clase de vivos, con sueldode tales, y agregacion en Europa al Regimiento de Cavalleria, ó Dragones, que sea de su Real agrado, en consideracion à sus meritos, y al servicio que ofrece de introducir en esta Tesoreria G.ral dies mil pesos mas ò menos, segun fuere de la volontad de S.M.; y en (.....) manifiesto à V.E. las recomendables, y sobresalientes prendas, y buenos servicios del expresado Arlegui, , e por demas que de nuevo lo repita à V.E. para acreditar lo digno que és, de obtener esta gracia para sus hijos. Dios Guarde à V.E. , Manila 11 de Septiembre de 1798. Exmo. Sor. Rafael Maria Aguilar .Exmo. Sor Don Juan Manuel Alvares.») ( Transcrição do manuscrito). 



   


Dona Maria Josefa de Iriarte (Zamudio), fez testamento a 12 de Março de 1798, na sua morada no bairro de Rosario, lugar de Binondo, arredores da cidade de Manila, conforme testemunho dos autos do testamento datado de 15 de Julho de 1801 (36). Nos autos é mencionado que Dona Maria Josefa estava na cama enferma, declarou ter nascido na cidade de Manila e ser filha do Tenente Coronel Don Jose de Iriarte Ibarburo (F), castelão que foi da Praça de Cavite e de Dona Manuela Zamudio.(M). Declarou estar casada con Don Jose de Arlegui e Leoz, Coronel do Exército Real e Comandante do Esquadrão de Luzon, de cujo matrimónio teve três filhos, chamados: José Maria (S1), Joaquin (S2) e Mariano Arlegui (S3). 

    Nomeou como executores do seu testamento, o seu marido e também o seu padrasto Don Pedro Galarraga, (P) (em referencia a Don Pedro Galarraga y Castillo, Marques de Villamediana, natural de Tudela (Navarra), casado com sua mãe Manuela Zamudio em segundas núpcias. 

    Indicou como terceiro executor do seu testamento o seu tio Pedro Iriarte (U)( que foi Alcaide da província de Vigan e também alcaide de Cagayan, militar da Marinha, e também comandou ataques aos piratas nas ilhas Bisayas, no arquipélago das Filipinas.     

     Nos termos do testemunho dos autos de execução do testamento da falecida Dona Maria Josefa de Iriarte, (manuscrito composto por 24 folhas [48 páginas numeradas] com papel selado na primera e ultima folhas) , Don Jose de Arlegui, como marido da defunta, requereu a sua nomeação como executor do testamento, indicando que o faz com atraso, por causa da doença que teve e pelos interesses que detinha na Nova Espanha. 

    Nos autos de execução, Don Jose de Arlegui nomeou várias pessoas para inventariar e avaliar os bens da herança: um joalheiro para avaliar as jóias e um carroceiro para avaliar os Coches. 

    O manuscrito também menciona quantias investidas por Don Jose de Arlegui, tais como: 12 mil pesos que entregou em 1795 ao citado Don Pedro de Galarraga (Marques de Villamediana) , sobre o navio San Andres, o qual se encontrava no México por causa da Guerra; Outras quantias sobre o navio Magallanes também ligado ao México; 2 mil pesos de novo ao Marques de Villamediana, para Acapulco sobre o navio Magallanes...e ao Mestre do navio Filipino da Real Companhia das Filipinas para o Peru... 

    É mencionado o valor de várias peças de prata, diamantes e joalharia; um rosario com oitenta e nove pérolas médias, incrustadas em ouro com cruz de diamantes brilhantes...etc,. Também menciona a casa e propriedades na Praça de Santa Cruz, na rua do Rosário, que serve de armazém da Real Companhia, comprada em hasta pública à defunta Marquesa de Salinas e ainda outra casa na rua do Farol... 

    No final, o conjunto de bens é valorizado em 78 mil pesos, dos quais, uns 7 mil, trazidos ao matrimonio por Don Jose de Arlegui e quase 8 mil pela defunta, através do seu padrasto, o Marquês de Villamediana... 

    A roupa da defunta foi enviada para São João de Deus e também dada para as criadas.Também são avaliados bens da defunta para distribuir pelos seus filhos, etc,etc... É também mencionada uma pensão anual do Monte Pio militar concedida pelo Rey que a defunta sua mulher recebia por ser filha do Teniente Coronel Don Joseph de Iriarte. 
O Documento é assinado pelo Escrivão Real e Publico Don Vicente Gonzalez de Tagle. 



Joseph de Iriarte (Ibarburo) (F) foi Tenente Coronel graduado e Castelão do Porto de Cavite ( Filipinas ). Faleceu a 13 de Julho de 1767. Foi casado com Maria Manuela Zamudio, a quem foi concedida pensão de viuvez do Monte Pio militar e de quem teve uma filha: Dona Maria Josefa de Iriarte (Zamudio).(37).

     Por um expediente Real, datado de 17 de Fevereiro de 1748 (38), José de Iriarte Ibarburu, tenente de “alguacil mayor de las Reales Cajas do Porto de Veracruz, é autorizado a regressar a Veracruz ( Nova Espanha), embarcando do porto de Cadiz para as Indias, em qualquer barco de bandeira Real, acompanhado do seu criado (Andrés Ballesteros), ou em seu lugar, de seu irmão, Don Pedro Joachin de Iriarte, de doze anos de idade. 

     Por um expediente de Cadiz, datado de 19 de Abril de 1751, Don Joseph de Iriarte y Ibarburo, Tenente Coronel de Infantaria, a quem foi conferido pelos serviços prestados e por título Real, o cargo de Castelão do Porto de Cavite (39,40) nas Ilhas Filipinas que tinha ficado vago pelo falecimento de Don Toribio de Terán y Cosi (41, 41a, 42) pede autorização para seguir para o seu destino, acompanhado do seu criado Juan Fernando de Indart y Arvide, natural do Vale de Oyarzun na Provincia de Guipuscoa e de um escravo negro, Juan José, que comprou em Veracruz. 



Manuela Zamudio (M) foi casada com o Tenente Coronel graduado Joseph de Iriarte ( Ibarburo), castelão que foi do Porto de Cavite ( Filipinas ). Foi-lhe concedida pensão de viuvez pelo Monte Pio militar por morte do marido, falecido a 13 de Julho de 1767, de quem teve uma filha: Dona Maria Josefa de Iriarte (Zamudio). (43) Maria Manuela de Zamudio, casou em segundas núpcias, a 29 de Outubro de 1769 com Don Pedro de Galarraga e Castillo (44) (Marquês de Villamediana, natural de Tudela [Navarra]). 


(43 e 44) - A.G.S. - SGU,LEG,7229,105. Concesión de pensión de viudedad a María Manuela Zamudio, viuda del teniente coronel José de Yriarte. Fol. 528-531. 



Don Pedro Galarraga y Castillo (P) (Marqués de Villamediana ), natural de Tudela ( Navarra ), foi Director da Renda do Tabaco e Almirante das Naus de Acapulco (45), foi também Coronel e comandante das Milicias Provinciais de Infantaria e Cavalaria das províncias de Camarines, de Tayabas e de Batangas (Filipinas). Estas Milicias foram formadas na guerra de 1780 contra a Inglaterra, durante o período da Guerra da Revolução Americana.     

 A sua constituição só foi aprovada por ordem Real em 8 de maio de 1789. 

 Em 1793, estas forças correspondiam a um total de 20 companhias de 100 praças cada uma: Camarines [10], Tayabas [5] e Batangas [5] (46) ,correspondendo a cerca de 2.000 milicianos. 

 D. Pedro de Galarraga (47) foi também dono da fazenda de San Pedro Macati (48) e da fazenda da Piedad (49) (Filipinas), que comprou em leilão ao Rei. Estas fazendas pertenciam aos Padres Jesuítas e tinham sido apropriadas pelo Rei depois da expulsão dos Padres Jesuitas. 


(47,48,49)  Estadismo de las Islas Filipinas - Tomo I, Fr. Joaquín Martinez de Zúñiga, Pag. 19-21; 211- 212; 338 - 339.



Don Pedro Iriarte(U) foi alcaide mór da provincia de Vigan e também alcaide de Cagayan (50), foi também Tenente Coronel do Regimento das províncias de Cagayan e Ilocos, pertencente às Milícias Provinciais de Infantaria e Cavalaria. 

   Estas Milícias foram formadas na guerra de 1780 contra a Inglaterra, durante o período da Guerra da Revolução Americana. A constituição do Regimento só foi aprovada ordem Real em 8 de maio de 1789. 

   O Regimento de Cagayan e Ilocos, era em 1793, composto por vinte companhias de 100 praças cada uma: Cagayan [10] e Ilocos [10](51), correspondendo a cerca de 2.000 milicianos. 



D. José Maria Arlegui Iriarte(S1) natural de Manila, filho do Coronel comandante do Esquadrão de Dragões de Luzon, Don José de Arlegui e Leoz, iniciou a sua carreira em 1792, foi Alferes Real nas Ilhas Marianas (Filipinas ) e admitido como Cadete no Esquadrão de Dragões de Luzon em 4 de Junho de 1798, conforme consta na sua folha de Serviços no referido Esquadrão;a mesma folha de serviços, actualizada em finais de Maio de 1800, indica que tem 16 anos de idade,terá assim nascido em 1783/1784; 
     Na mesma folha de serviços, no espaço reservado às notas do comandante consta uma inscrição assinada pelo próprio Don José de Arlegui e Leoz em que declara que D. José Maria Arlegui Iriarte é seu filho. (52). 
     Num expediente de 1789 em que solicita ao Rei, o Grau de Coronel de Dragones, Don José de Arlegui e Leoz declara ter casado (53) no ano de 1783 com a filha de um Tenente Coronel. 
( Nota:Bibliografia posterior em compilação). 



D. Joaquin Arlegui (S2), também foi Cadete Esquadrão de Dragões de Luzon. Sobre este filho de Don José de Arlegui e Leoz, apenas foi possível identificá-lo, à semelhança do seu irmão Don José Maria Arlegui, nas seguintes referências em documentos sobre o estado do Exército das Filipinas: Nma petição do Coronel Don José Arlegui e Leóz entregue ao Governador e Capitão Geral das Filipinas, D. Rafael Maria Aguilar, despachada em Manila a 11 de Setembro de 1798, o Coronel Don José Arlegui, Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzon, solicita ao Rei, que conceda aos seus filhos D. José Maria e D. Joaquin o grau de Capitães de Cavalaria ou de Dragões, com o respectivo soldo e com agregação na Europa ao Regimento de Cavalaria ou ao de Dragões, como seja do agrado Real, por consideração aos seus méritos e ao contributo de aproximadamente dez mil pesos que se dispôs a oferecer à Tesouraria Geral. (54) 


     Em 24 de Novembro de 1804, uma nota em um documento da Revista e Inspecção aos Corpos do Exército das Filipinas, respeitante ao Esquadrão de Dragões de Luzon, menciona que o Pontaguião D. José Maria Arlegui foi para a Península, por ter passado na classe de Cadete e também o Cadete do mesmo corpo D. Joaquin Arlegui, aproveitando o seu pai, o Coronel aposentado D. José Arlegui para os levar consigo, pelo que por aquela razão estavam dispensados da Ordenança Geral. (55).





Mariano Arlegui (S3) - Sobre este filho de Don José de Arlegui e Leoz, apenas é conhecida a sua existência através do testemunho dos autos de execução do testamento da falecida sua mãe Dona Maria Josefa de Iriarte Zamudio. (56).

   Em 15 de janeiro de 1803, D. José de Arlegui y Leoz obteve em Manila a seu pedido, certidões de Baptismo de seus três filhos e certidão do seu estado de viuvez. No seu pedido indica que com brevidade iria embarcar para Espanha no navio "Rey Carlos" da Real Companhia das Filipinas levando consigo os seus três filhos, dois deles Cadetes do Esquadrão de Dragões de Luzon com 17 e 18 anos de idade. No seu pedido indicava ser viúvo desde 1798 de D. Maria Josefa de Iriarte y Zamudio e que os seus dois filhos mais velhos José Maria e Joaquin tinham sido crismados no ano de 1786 pelo Arcebispo Metropolitano de Manila Don Baulio Sancho de Santa Justa y Rufino.

   O Coronel D. José de Arlegui y Leoz faleceu aos 63 anos, aos nove dias do mês de Agosto de 1803 na freguesia de Nossa Senhora da Assunção, Ilha de Santa Maria, Açores. Chegou à ilha de Santa Maria no navio "Rey Carlos" da Real Companhia das Filipinas que seguia viagem para a cidade de Cádiz e ficou na ilha por estar enfermo. Foi sepultado na Capela Mor do Convento dos Religiosos de São Francisco, onde, conforme o termo de óbito (57) residia. O mesmo termo menciona ser viúvo de Dona Maria Josefa de Zamudio. Seu testamento foi aberto e cumprido pelo Doutor Juiz de Fora da ilha de Santa Maria, António Duarte de Medeiros.

   Depois de ter efectuado algumas viagens entre Cádiz e Manila, navio Rei Carlos passou nas Filipinas os anos da guerra de 1796 a 1803, cedido a frete pela Real Companhia para a carreira de Acapulco. Após a assinatura do tratado de paz de Amiens, regressou a Cádiz, onde chegou a 24 de Agosto de 1803 (15 dias depois da morte de Don José de Arlegui e Leoz), (57 - 57a) depois de uma penosa viagem, porque estava quase inoperacional e foi desmantelado (58 - 58a).Não há qualquer menção à passagem do navio por Santa Maria. 


    Não terá sido incomum a a derrota dos navios, vindos do pacífico, quer da Armada Espanhola, quer da Real Companhia das Filipinas, serem levados a passar nas proximidades dos Açores durante as viagens de regresso a Espanha. O navio da Armada espanhola “Buen Consejo”que efectuou entre 1765 e 1767 uma viagem experimental entre Cádiz a Manila, com passagem pelo cabo da Boa Esperança, na viagem de regresso, saíu de Manila a 11 de Feveriro de 1767 com destino a Cádiz, com passagem também pelo Cabo da Boa Esperança e a 5 de Julho avistou a ilha do Cuervo [Corvo, a mais ocidental dos Açores], desde a qual rumou em direcção ao Cabo de São Vicente. (59  - 59a).



(58)  La Real Compañía de Filipinas en Guipúzcoa, pág.376-378.Lourdes  Díaz-Trechuelo, Universidad de Córdoba.
(59)  La Armada en El Cabo de Buena Esperanza.La primera expedición del navío Buen Consejo, 1765-1767. pg. 33-35 - Carlos Martínez Shaw, Marina Alfonso Mola.

    Uma nota em um documento da Revista e Inspecção aos Corpos do Exército das Filipinas, respeitante ao Esquadrão de Dragões de Luzon, fechado a 24 de Novembro de 1804 refere que o Pontaguião D. José Maria Arlegui tinha ido para a Península, por ter passado na classe de Cadete e também o Cadete do mesmo corpo D. Joaquin Arlegui, aproveitando o seu pai, o Coronel aposentado D. José Arlegui para os levar consigo, pelo que por esta razão estavam dispensados da Ordenança Geral. (60). 



     Outra nota de Revista e Inspecção aos Corpos do Exército das Filipinas ( Esquadrão de Dragões de Luzon), fechada a 1 de Janeiro de 1806, refere que o Pontaguião D. José Maria Arlegui se encontrava em Espanha,com licença da Capitania Geral, desde 1 de Janeiro de 1803, o retirado Comandante do Esquadrão de Dragões de Luzon, Don José de Arlegui e Leoz e também o Tenente Coronel Graduado Don Francisco Arnedo, de licença em Espanha por dois anos, desde cinco de Janeiro de oitocentos e três. (61). 



    Ainda outra nota de Revista e Inspecção aos Corpos do Exército das Filipinas, ( Esquadrão de Dragões de Luzon), fechada a de 1 de Janeiro de 1804, refere que o Capitão Don Francisco Arnedo embarcou para Espanha a 5 de Janeiro do ano próximo passado (5 de Janeiro 1803) com licença Real por dois anos. (62).



    As notas atrás referidas constituem um forte indício de que Don José Arlegui e Leóz, os seus filhos Don José Maria Arlegui e Joaquin Arlegui e também o seu companheiro de Armas, o Capitão Don Francisco Arnedo terão viajado juntos no navio Rei Carlos que deixou Don José Arlegui e Leóz em Santa Maria.


(Transcrição(58) «... la salida del Rey Carlos se fijó a principios de marzo, pero poco después se habla ya de que sería entre el 15 y el 20 del mismo mes. Más tarde, los directores solicitan permiso para que el barco pueda ir directamente a Cantón, dejar en aquel puerto los pasajeros y la plata destinada a China, y regresar a España en un convoy inglés. Se les concedió por real orden de 12 de marzo de 1793 pero al final el Rey Carlos fue a Manila y llevó a su bordo al teniente coronel don Manuel Muro, nombrado gobernador de las islas Marianas y a don Rafael María de Aguilar Ponce de León, electo gobernador de Filipinas, que viajaba con su esposa e hijo, y cuatro criados. Al fin, el seis de abril de 1793 zarpó de Pasajes este navío que llegó a Cavite el 8 de agosto siguiente, habiendo invertido en la travesía cuatro meses y veinte días. Después de una estadía de cuatro meses salió de Cavite el 6 de diciembre de 1793, en convoy con cinco barcos de la Compañía inglesa de la India Oriental, hizo escala en Cantón, dejó aquel puerto el 17 de marzo de 1794, y llegó a Cádiz el tres de septiembre siguiente completando así su viaje redondo. De nuevo fue despachado a Manila el 16 de octubre de 1796, por la vía del cabo Hornos, con escala en El Callao donde entró el 9 de Abril de 1797 y llegó a Cavite el 31 de octubre siguiente. Este barco pasó en Filipinas los años de la guerra de 1796 a 1803 y en ellos la Compañía lo cedió a flete para hacer la carrera de Acapulco. Firmada la paz de Amiens fue devuelto a Cádiz, donde llegó el 24 de agosto de 1803, después de un penoso viaje, porque estaba ya casi inservible, y fue desguazado. Así terminó su vida este viejo luchador nacido en Pasajes. A pesar de los defectos que se le señalaron, demostró que estaba bien construido...». 


    (Transcrição(59) «... el Buen Consejo no zarpó de Manila hasta la tarde del 11 de febrero de 1767, ....... el navío avistó el 5 de julio la isla del Cuervo [Corvo, la más occidental de las Azores], desde la cual (aunque amargado por los estragos del escorbuto en la tripulación) rumbo en demanda del Cabo de San Vicente, que avistó el día 13 y de donde siguió hasta Cádiz, donde fondeó dos días más tarde, el 15 de julio, después de poco más de cinco meses de navegación.... ». 


Fotografia da laje de Sepultura e transcrição. O destino final do Comandante e ex. Governador das Ilhas Marianas, destino,até agora desconhecido do meio histórico, agora revelado.

 Esta é também a Biografia mais extensa e documentada do Ex. Governador das Ilhas Marianas. 


Lic.º  Diniz Gabriel Sousa Rezendes. (* Direitos Reservados*)